Uma medida inovadora de combate à dengue, utilizando mosquitos modificados em laboratório, tem se mostrado altamente eficaz em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Devido ao sucesso dessa estratégia na cidade vizinha, a capital fluminense começou a adotar a mesma abordagem em alguns de seus bairros.

A técnica consiste na introdução da bactéria wolbachia nos ovos do mosquito Aedes aegypti, conhecidos como "wolbitos", criados em laboratório. Essa bactéria, naturalmente presente em mais da metade dos insetos, não é encontrada no Aedes aegypti. Ela tem a capacidade de impedir que o mosquito transmita os vírus da dengue, zika e chikungunya. Com a reprodução natural, a tendência é que a população do Aedes aegypti seja gradualmente substituída por mosquitos incapazes de transmitir essas doenças.

No Rio de Janeiro, três bairros começaram a receber os "mosquitos do bem" nesta terça-feira (2). Nas próximas semanas, Caju, na Zona Norte, e o Centro também serão contemplados, totalizando pelo menos 600 mil wolbitos distribuídos. A expectativa é alcançar uma população de pelo menos 1,5 milhão de pessoas com essa medida.

Além disso, a Ilha de Paquetá também receberá reforço no combate à doença. Outros 29 bairros, localizados na Ilha do Governador, na Zona Norte, já foram beneficiados com essa estratégia. Em Niterói, onde os mosquitos modificados já estão em uso, houve uma redução significativa de cerca de 70% nos casos de dengue, mostrando a eficácia dessa abordagem no controle da doença.